Por quê não consumir Tetra Pak?
As embalagens Tetra Pak são aquelas caixas de papelão que embalam o leite longa vida, extratos de tomate, leite condensado, sucos etc. Excepcionalmente práticas, protegem o alimento, são leves e fáceis de estocar. No entanto, podem se transformar em graves problemas ambientais quando simplesmente jogadas no lixo.
Para entendermos melhor é preciso ver que esta embalagem é constituída de seis camadas: uma de papelão, uma de alumínio e quatro de plástico (polietileno de baixa densidade). Esses três elementos são prensados à quente formando um único produto. Como são descartáveis, estas embalagens podem seguir dois caminhos distintos: o lixão ou a reciclagem.
A própria existência dos lixões representa um significativo impacto ambiental. Com a moderna tecnologia eles passaram a ocupar um espaço menor e a acomodação em camadas, mas, o lixo permanecerá lá por longos períodos como debaixo de um tapete, e de tempos em tempos terão de ser criados novos espaços para novos depósitos.
O ideal, portanto, seria que todo o lixo produzido por nós tivesse o destino apropriado: material orgânico para biodigestores, produzindo gás e adubo orgânico; inorgânico selecionado e reciclado, poupando energia e recursos naturais.
Embalagens de vidro, alumínio, ferro, papelão, determinados tipos de plásticos são recicláveis individualmente. Através da coleta seletiva do lixo ou da entrega voluntária eles retornam às indústrias. No caso das embalagens Tetra Pak isso não ocorre de maneira satisfatória. A reciclagem destas embalagens é complexa e depende de sistemas específicos de tratamento para a separação do papelão, do plástico e do alumínio. O escorço da Tetra Pak limita-se em parecer responsável ao indicar sistemas de reciclagem, porquanto isto só ocorre em 7 indústrias em operação no Brasil: em São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco. Para um país de dimensões continentais, este número é insignificante. Isso quer dizer, portanto, que a grande maioria das embalagens acaba mesmo é de maneira inadequada, nos lixões.
No Rio de Janeiro, por exemplo – como na maioria dos demais Estados, não há um sistema competente para o recolhimento destas embalagens e a correta destinação. São recusadas pela maioria dos catadores porque há muito poucos compradores e o valor de mercado é muito baixo. Usa-las é ter praticamente a certeza de que ficarão enterradas por dezenas (ou centenas) de anos nos lixões do Caju ou de Gramacho. Além dos danos ambientais, imaginem o desperdício de papel, alumínio e plástico que isto significa!
Uma das formas que o cidadão pode protestar contra esta irresponsabilidade ambiental, é deixando de consumir alimentos embalados nessas caixas longa vida, ou, pelo menos, reduzindo ao máximo. Esta atitude, multiplicada, pode efetivamente exercer pressão para que as empresas passem a se responsabilizar pelos danos que elas causam.
Portanto, sempre que optar pelos sacos plásticos, enlatados ou frascos de vidro, ao invés das embalagens longa vida, você estará cooperando significativamente em favor do meio ambiente e da conseqüente melhoria da qualidade de vida.